Bruxas, espiritualistas e a verdade sobre a saúde: por que nós também adoecemos
- Daeva Matricardi
- 5 de mai.
- 2 min de leitura

No imaginário popular, há uma ideia equivocada de que bruxas, espiritualistas e sacerdotes de diferentes tradições religiosas seriam imunes às doenças ou ao ciclo natural do corpo. Essa crença, além de ser irreal, desrespeita a nossa própria existência como seres humanos que também vivem a experiência material.
Em diversas religiões e tradições espirituais, encontramos a afirmação de que o corpo é temporário e imperfeito, ainda que o espírito seja eterno e em constante evolução.
No cristianismo, a Bíblia lembra que "formaste-me do pó da terra" (Gênesis 2:7), indicando que o corpo é matéria e portanto está sujeito à decadência e à morte.
No budismo, o corpo é visto como parte do ciclo de samsara: nascimento, velhice, doença e morte são experiências inevitáveis da existência.
No candomblé e na umbanda, reconhece-se que mesmo um mãe ou pai de santo, por mais elevado espiritualmente que seja, tem um corpo que precisa ser cuidado, equilibrado e protegido.
Na bruxaria tradicional e em correntes modernas do paganismo, também é compreendido que somos filhos da Terra: carne, osso, sangue, fluídos. Como qualquer criatura viva, estamos sujeitos aos ciclos da natureza.
Adoecer não é sinal de fraqueza espiritual. Adoecer faz parte da jornada no plano físico. Nosso corpo nasce, cresce, evolui e morre. Dentro desse percurso natural, o adoecer é uma etapa que pode nos ensinar, fortalecer ou nos preparar para mudanças mais profundas.
Magias podem sim ajudar na longevidade, na vitalidade e na recuperação, promovendo equilíbrio e proteção. Podem inclusive acelerar processos de cura e trazer conforto. Mas é importante entender: a magia não nos torna imortais. Não nos torna invulneráveis. É um instrumento de apoio, não de anulação das leis naturais.
A verdadeira diferença entre um espiritualista e uma pessoa que não segue caminhos espirituais não está no corpo — que é igual em fragilidade e limites para todos —, mas sim no espírito: na consciência, na conexão com o divino, na sabedoria para atravessar os momentos difíceis com fé, esperança e compreensão dos ciclos da vida.








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